quinta-feira, 5 de abril de 2007

Coelhinho da Páscoa / Eostre / Ostara

Nada mais natural do que eleger como divindade do mês o Coelhinho da Páscoa. Ele foi trazido para a América por imigrantes alemães em 1699. A festa tradicional da Páscoa associa a imagem do coelho a um símbolo de fertilidade. Antigamente, nas culturas do oeste europeu, era uma lebre ao invés de ser um coelho.

O Coelhinho da Páscoa é um exemplo (além de tantos outros) de mitologia folclórica na qual as crianças são ensinadas a acreditar. Algumas pessoas não aprovam o ensinamento sobre a existência do Coelhinho da Páscoa. Nem todos acreditam no Coelhinho da Páscoa, e a maioria, senão todos, eventualmente "crescem para fora" de sua crença. Outros exemplos proeminentes são o Papai Noel e a Fada dos Dentes. Ainda poderiamos falar em personagens que cumprem papeis semelhantes no imaginário infantil (e até adulto) como a Mula-sem-Cabeça e o Saci-Pererê. Apesar de tudo, muitas famílias participam no papel desse mito sem ter que obrigatoriamente acreditar na sua literalidade como uma forma de jogo ou tradição. De acordo com a tradição, o Coelhinho da Páscoa deixa cestas com guloseimas (incluindo ovos de chocolate, doces e bombons) na manhã de Páscoa para as crianças bem comportadas.

No antigo Egito, o coelho simbolizava o nascimento e a nova vida. O mais importante é que a origem da imagem do coelho na Páscoa está na fertililidade que os coelhos possuem. Eles geram grandes ninhadas. São notáveis por sua capacidade de reprodução. Pois a Páscoa é reprodução, ressurreição, vida nova, portando o coelho simboliza fidedignamente esta realidade. Mas ele é apenas uma lenda (pelo menos para a maioria).

O nome Páscoa vem do hebraico Pessach, que significa passagem. Na liturgia judaica este é o nome da festa anual que comemora a libertação do povo judeu depois de séculos de cativeiro no Egito. E a origem do nome Easter (que significa Páscoa em inglês) vem de uma deusa chamada Eostre (também conhecida como Ostera ou Ostara). Uma deusa anglo-saxônica da fertilidade e renascimento. Tribos européias celebravam o início da primavera no equinócio (que significa "noite igual"), quando o dia e a noite tem a mesma duração, abençoando as sementes para seu crescimento e colorindo ovos no altar. Eles acreditavam que essa cerimônia traria fertilidade no ano vindouro.

Coloco uma descrição da lenda de Eostre: "Dizem as lendas que Eostre tinha uma especial afeição por crianças. Onde quer que ela fosse, elas a seguiam e a Deusa adorava cantar e entretê-las com sua magia. Um dia, Eostre estava sentada em um jardim com suas tão amadas crianças, quando um amável pássaro voou sobre elas e pousou na mão da Deusa. Ao dizer algumas palavras mágicas, o pássaro se transformou no animal favorito de Eostre, uma lebre. Isto maravilhou as crianças. Com o passar dos meses, elas repararam que a lebre não estava feliz com a transformação, porque não mais podia cantar nem voar. As crianças pediram a Eostre que revertesse o encantamento. Ela tentou de todas as formas, mas não conseguiu desfazer o encanto. A magia já estava feita e nada poderia revertê-la. Eostre decidiu esperar até que o inverno passasse, pois nesta época seu poder diminuía. Quem sabe quando a Primavera retornasse e ela fosse de novo restituída de seus poderes plenamente pudesse ao menos dar alguns momentos de alegria à lebre, transformando-a nova-mente em pássaro, nem que fosse por um alguns momentos. A lebre assim permaneceu até que então a Primavera chegou. Nessa época os poderes de Eostre estavam em seu apogeu e ela pôde transformar a lebre em um pássaro novamente, durante algum tempo. Agradecido, o pássaro botou ovos em homenagem a Eostre. Em celebração à sua liberdade e às crianças, que tinham pedido a Eostre que lhe concedesse sua forma original, o pássaro, transformado em lebre novamente, pintou os ovos e os distribuiu pelo mundo."

Os missionários cristãos perceberam que essa celebração "pagã" acontecia aproximadamente na época da ressurreição de Cristo, então eles adotaram a Páscoa como um feriado para aumentar as conversões ao Cristianismo. Inclusive o Papa Gregório I escreveu uma carta orientando missionários e sugerindo que converter os "pagãos" seria mais fácil se fosse permitido que eles mantivessem suas práticas tradicionais, enquanto aquelas tradições fossem incorporadas e readaptadas em direção ao Cristianismo ao invés do deus indígena (ao qual o Papa referia-se como "diabo"), "para o fim de que, com alguma gratificação fosse-lhes permitido, que eles consentissem com a consolação da graça de Deus.". O Papa consentiu que tais táticas de conversão eram biblicamente aceitáveis, argumentando que Deus tinha feito o mesmo com os antigos Israelitas e seus sacrifícios pagãos.

Coloco agora a apresentação da Deusa Eostre/Ostara feita pelo GodChecker. OSTARA: Deusa da Fertilidade da Primavera. Ela tem seu próprio festival no dia 21 de Março, o Equinócio de Primavera, no qual o comportamento primaveril é encorajado.

OSTARA era muito popular com os exércitos pagãos Anglo-Saxônicos que a adoravam sob o nome de EOSTRE - e mantinham todo o negócio da Páscoa sem Jesus à vista. Se você já se perguntou o que ovos e coelhinhos tem a ver com a crucificação e ressurreição, a resposta é: absolutamente nada. O animal sagrado de OSTARA era um pequenino lindo coelhinho - e obviamente símbolo da fertilidade - e o ovo é o seu símbolo da pureza fértil. Então, a caça pelo Ovo da Páscoa na verdade era embalado com o significado simbólico do renascimento e cultivo de terra. O Hortelino Troca-Letras é obviamente apenas um alto sacerdote do Grande Coelhinho da Páscoa.

Caso você ache que estejamos sendo levianamente desapropriados, pesquisas recentes sugerem que a própria OSTARA foi inventada durante um momento mal-comportado do Venerável Bede. Esse bem conhecido monge mencionou a conexão dela com o festival pagão Eosturmonath em um livro escrito em 750 d.C. - a mais extensiva pesquisa falhou em achar um traço dela antes disso. Poderia ele estar mentindo?

Coelhos e lebres são ubiquos na mitologia. Toda cultura parece ter um Deus Coelho - e eles são sempre espíritos brincalhões. Isso, pensamos, explica muita coisa. Nós também temos uma maravilhosa teoria explicando o motivo de mágicos de palco adorarem fazer seus truques com ovos e coelhos. Foi OSTARA tirada de dentro de uma cartola?